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Publicado em: 27/06/2022
Prevenção de quedas em idosos: o papel dos fisioterapeutas
Todos os anos, 24 de junho marca o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. A data, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é um alerta sobre os riscos de quedas para pessoas de todas as idades, mas, principalmente, das pessoas idosas.
Segundo a OMS, aproximadamente 28% a 35% das pessoas acima de 65 anos no mundo sofrem ao menos uma queda ao ano. No Brasil, cerca de 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano, e 13% caem de forma recorrente.
Para a prevenção dessas quedas, são utilizados uma série de recursos fisioterapêuticos para oferecer aos seus pacientes/clientes/usuários.
A Dra. Célia Covolan, fisioterapeuta com atuação em atendimento domiciliar geriátrico há 21 anos e especializada em geriatria, já testemunhou, ao longo de sua carreira, as consequências diretas e imediatas da queda em pessoas idosas. “Como consequências diretas, existem as escoriações; as lesões oriundas da queda; os hematomas e as fraturas, sendo as mais comuns, as fraturas dos membros inferiores (fêmur, quadril) e também dos membros superiores, principalmente no punho”.
Sobre as consequências secundárias ao evento da queda, essas não são menos graves, conforme explica a Dra. Célia. “Uma vez que o idoso caiu, ficou internado - tendo ou não passado por cirurgia -, o próprio evento da internação pode provocar um declínio funcional na pessoa idosa; pode provocar o aumento da dependência funcional”.
A Dra. Célia adverte que uma pessoa idosa, após um episódio de queda, pode ficar com muito medo de cair novamente, fazendo com que se exponha menos, ficando isolado, interagindo menos e perdendo autonomia. “Tudo isso pode levar o idoso a ficar mais tempo acamado, sob o risco de desenvolver trombose, embolia pulmonar, incontinência urinária, agravando o quadro iniciado a partir de uma queda”.
Fatores que podem provocar a queda da pessoa idosa
A Dra. Célia explica que muitos fatores concorrem para provocar a queda nas pessoas idosas - alguns desses fatores são inevitáveis, mas sempre controláveis, visando à prevenção da ocorrência de quedas. Esses fatores podem ser fisiológicos, farmacológicos e ambientais.
Dentre as questões fisiológicas, a Dra. Célia cita a fraqueza muscular, o déficit de equilíbrio, o déficit cognitivo e o déficit visual como fatores que tornam a pessoa idosa mais propensa a quedas.
Em relação aos fatores farmacológicos, as pessoas idosas costumam usar muitos medicamentos de classes diferentes - a chamada “polifarmácia”. O uso de ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos, hipoglicemiantes, podem provocar, como efeitos, a hipotensão ortostática, a disfunção cognitiva, a sonolência e alterações visuais. Todos esses efeitos facilitam a ocorrência de quedas.
Sobre as causas ambientais que podem facilitar a ocorrência da queda, a Dra. Célia cita, no domicílio dos idosos, a existência de superfícies irregulares, pisos escorregadios, iluminação inadequada, tapetes soltos pela casa, mesinhas de centro e escadas sem corrimão.
Intervenção fisioterapêutica na prevenção de quedas de pessoas idosas
Em relação à atuação do fisioterapeuta na prevenção de quedas em idosos, o profissional deve realizar uma avaliação detalhada dos pacientes/clientes/usuários idosos. Para isso, o fisioterapeuta utiliza os testes físicos e funcionais. Dra. Célia revela que um teste bastante utilizado é o TUG (teste Timed Up and Go).
“O fisioterapeuta também dispõe de várias escalas para avaliar o equilíbrio do idoso, e, a partir daí, estabelecer exercícios para fortalecimento muscular, para treino de equilíbrio e treino de marcha. Quando necessário, o profissional poderá realizar a prescrição de órteses, palmilhas, ou a utilização de andadores, bengalas, para auxiliar na marcha”, explica a Dra. Célia.
A família dos idosos deve ser incluída no processo de prevenção de quedas. A Dra. Célia também orienta as famílias das pessoas idosas a evitarem obstáculos pela casa, como itens caídos pelo chão, ou até mesmo animais. “Uma boa iluminação noturna, instalação de corrimãos pela casa, calçados fechados que dêem firmeza aos pés, barras no banheiro, são medidas para tornar os ambientes mais seguros, auxiliando na prevenção de quedas”
A Dra. Célia também orienta que, na medida do possível, as pessoas idosas pratiquem alguma atividade física, orientada, supervisionada, para desenvolver condições físicas que auxiliem na prevenção da queda.
Para mais informações sobre a assistência fisioterapêutica aos clientes; pacientes/usuário idosos, o instagram da Dra. Célia Covolan é:
@celiacovolan