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Publicado em: 02/12/2022

Dezembro Vermelho: mês de tratamento e prevenção ao HIV/Aids

A campanha busca promover a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis.

O  Dezembro Vermelho é uma campanha nacional, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que tem por objetivo promover a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. A Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, em inglês), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças, tendo os linfócitos T CD4+ como as células mais atingidas. O vírus altera o DNA dessas células, faz cópias de si mesmo e, depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.


O movimento Dezembro Vermelho objetiva, ainda, conscientizar a todos a respeito das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

Como surgiu a Campanha?

O Dezembro Vermelho é fruto de uma orientação da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). Em 1988, o Ministério da Saúde criou o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado anualmente no dia 1º de dezembro, como forma de conscientizar os brasileiros sobre a Aids e o HIV. Em 2017, o Governo Federal lançou a Lei nº 13.504, que institui a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV e à Aids, o Dezembro Vermelho, cor que simboliza a luta contra a doença e o respeito às pessoas soropositivas.


Prevenção e Tratamento


Métodos de prevenção, tratamento e diagnóstico precoce são fundamentais no combate ao HIV e às ISTs. Segundo o Ministério da Saúde, a melhor técnica de evitar o HIV/Aids é a prevenção combinada, a qual consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção aplicadas em diversos níveis para responder às necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) são exemplos de prevenção combinadas. Além disso, o uso do preservativo, masculino ou feminino, em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para evitar a transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), do HIV/Aids e das hepatites virais B e C. 


O tratamento para a infecção pelo vírus HIV é feito por meio de medicamentos antirretrovirais que impedem a multiplicação do vírus no organismo e ajudam a combater a doença e a fortalecer o sistema imunológico. Esses medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) independente da carga viral que a pessoa possui.


Atuação da Terapia Ocupacional 


Para falar sobre a importância do Dezembro Vermelho e da atuação da Terapia Ocupacional com pessoas que convivem com o HIV, convidamos a terapeuta ocupacional Dra. Marilene dos Santos Dotti, que trabalha no SAE  (Serviços de Assistência Especializada) em DST/Aids da Prefeitura de São Paulo. “Como terapeuta ocupacional, faço parte de uma equipe multiprofissional e sou referência no acolhimento de pessoas que chegam ao SAE com diagnóstico de HIV.  Além do trabalho na assistência, também realizo o acolhimento de quem procura o serviço para prevenção e aconselhamento.” 


Para Dra. Marilene, ainda há muito preconceito e desconhecimento sobre a doença no senso comum. “Essa campanha nos ajuda a divulgar informações importantes de prevenção, como a Prep e a PEP, que são profilaxias ao HIV pré e pós-exposição de risco, que são oferecidas gratuitamente pelos SAEs e alertam a população para a testagem de IST/HIV, possibilitando o diagnóstico e tratamento o mais rápido possível. O tratamento do HIV também é uma prevenção para novos casos, uma vez que torna a carga viral indetectável e o vírus não é mais transmitido. Essas informações, apesar de serem corriqueiras nos serviços de saúde, ainda são bastante desconhecidas pelas pessoas”. 


São inúmeras as dificuldades enfrentadas pela pessoa que vive com o HIV que podem levar a baixa adesão ao tratamento. “Aceitação ao diagnóstico; decidir se revelará o diagnóstico para algum familiar ou amigo; questões de autoestima, medo e insegurança em relação ao futuro são temas muito frequentes logo no início do tratamento. Dificuldades sociais e econômicas; condições financeiras para realizar o tratamento; conflitos familiares que muitas vezes dificultam a continuidade do tratamento; presença de transtornos mentais, como depressão, transtornos afetivos ou de humor, uso problemático de substâncias psicoativas. Todas essas questões devem ser avaliadas e cuidadas para garantir o tratamento da pessoa que vive com o HIV”, explica Dra. Marilene. 


A terapeuta ocupacional também compartilhou uma experiência profissional em que acompanhou um paciente que vive com o HIV. “Acompanho um senhor que vive com o HIV há cerca de 15 anos, tem uma deficiência intelectual moderada. A mãe era a principal cuidadora dele, mas faleceu há dois anos. Depois do falecimento da mãe, foi muito difícil a adesão ao tratamento, todos os exames começaram a ficar muito alterados. Os irmãos foram acionados para ajudar no cuidado, mas não tivemos mudanças significativas. Somente quando pudemos contar com o atendimento compartilhado com a UBS mais próxima à casa do paciente que houve adesão novamente ao tratamento. Hoje, ele vai à UBS todos os dias para tomar a medicação, criou vínculo com os profissionais de lá. Mantemos a referência no SAE e também na UBS. Ele passou a contar com atenção em saúde de forma integral”, relata.