Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008
Matéria destaca o processo de recuperação do ex-zagueiro Lúcio, que sofreu queimaduras em 18% do corpo após um acidente doméstico.
Iniciativa marca articulação bem sucedida entre os Conselhos Regionais das profissões da área da saúde e o Poder Legislativo da Capital
Publicado em: 29/01/2015
Homenagens marcam os dois anos do incêndio na Boate Kiss
Uma das vítimas decidiu cursar Fisioterapia após receber tratamento
O incêndio na boate Kiss que deixou duzentas e quarenta e duas pessoas mortas em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, completou dois anos na última terça-feira (27). O dia é difícil para as famílias dos jovens que morreram, mas também de muitas homenagens.
Os familiares e amigos iniciaram as manifestações na noite de segunda-feira (26), fazendo uma caminhada pela cidade, pintaram um coração no asfalto e rezaram com velas e balões brancos em frente à boate.
Durante a manhã, mais homenagens foram feitas na Universidade Federal de Santa Maria, onde estudava a maior parte dos jovens que morreram na tragédia. Os pais das vítimas também levaram cruzes e cartazes até o Ministério Público para pedir justiça. Durante a tarde, as celebrações aconteceram em um ginásio, onde foi feito um culto ecumênico com orações, músicas e a leitura dos nomes das 242 vítimas.
Dois anos depois do incêndio, 400 pessoas que sobreviveram à tragédia ainda precisam de acompanhamento médico. É no Hospital Universitário de Santa Maria as vítimas da Kiss ainda recebem atendimentos médicos. Delvani Rosso é um deles e sabe a importância de seguir à risca o tratamento. Ele ficou 60 dias no hospital, teve queimaduras nos braços e nas costas, mas com a ajuda da fisioterapia, recuperou os movimentos e trocou o sonho de cursar agronomia por outro: “Eu comecei a ver a fisioterapia com outro olhar. Antes eu achava que fosse bobagem e, quando precisei, vi o valor. Eu vou cursar fisioterapia”.
As marcas da tragédia não ficaram só no corpo, também mudaram a maneira de Delvani levar a vida: “Eu acho que não fiquei aqui em vão. Eu tenho alguma missão para fazer nesse plano. Eu penso mais antes de fazer as coisas, eu dou mais valor a cada pessoa que está comigo. Eu não deixo para depois o que eu posso fazer agora. Nunca se sabe o dia de amanhã, não tenho vergonha de dizer: ‘eu te amo, eu gosto de ti’”.
O Centro Integrado de Atenção às Vítimas de Acidentes foi criado especialmente para atender os sobreviventes da tragédia. Quase mil pessoas chegaram a se cadastrar para receber algum tipo de acompanhamento que, em muitos casos, deveria durar cinco anos, mas dois anos depois, um em cada cinco pacientes abandonou o tratamento.
Quatro réus aguardam em liberdade o julgamento por homicídio doloso: os dois sócios da boate e dois integrantes da banda que causou o incêndio. Cinquenta e sete testemunhas e 111 sobreviventes já foram ouvidos. Outro processo, na Justiça Militar, apura a responsabilidade de oito bombeiros na emissão de alvarás. A polícia também chegou a indiciar funcionários municipais, mas eles não foram denunciados pelo Ministério Público, por falta de provas segundo a promotoria.
Com informações do G1