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Publicado em: 22/10/2015
"Já vou fazer novos planos", diz 1ª portadora de hepatite C a receber novos remédios
Moradora de Taguatinga, cidade-satélite do Distrito Federal, Helenisar Campos Cabral Salomão foi a primeira paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) a receber os novos remédios para tratamento da hepatite C, que começaram a ser distribuídos ontem.
Ele deixou a sede do Ministério da Saúde com as caixas de medicamentos de que precisa para tratar a doença contraída em 1984, após uma transfusão de sangue. “Com esse remédio eu sou outra. Eu já vou tocar meu barco para frente e fazer novos planos”, diz.
A expectativa de cura chega para Helenisar após 15 anos enfrentando a doença causadora da cirrose hepática e do câncer no fígado. Ela descobriu a enfermidade em 2000, quando foi doar sangue para uma amiga hospitalizada e, desde então, viu a hepatite C evoluir dos estágios F2 (fibrose), F3 (fibrose avançada) até o F4 (cirrose), mesmo fazendo tratamento para conter a doença.
“A doença progrediu devido a não achar os remédios para parar ela. Hoje, eu estou no F4, lutando para as medicações darem certo”, conta.
Mais do que o tempo gasto com o tratamento tradicional, de até 52 semanas, a incerteza da cura era o que mais preocupava Helenisar.
Foram duas tentativas frustradas de tratamento, cada uma com duração de cerca de um ano, incluindo a injeção de remédios que causam efeitos colaterais.
“O tratamento me assustava mais do que o próprio remédio em si”, relembra. “Cheguei ao final do tratamento de um ano e o vírus estava lá. Dizem que este (remédio novo) não, que com este vai vir a cura. Estou com fé em Deus que vai dar certo”, relata.
A fé foi reforçada pelos medicamentos sufosbuvir e daclatasvir, que Helenisar recebeu ontem das mãos do ministro da Saúde, Marcelo Castro. Os remédios têm 80% de chance de curar a hepatite C. Possibilidade que subirá para 90%, quando ela receber o simeprevir – o terceiro elemento do conjunto de medicações orais que o SUS passou a adotar. A dosagem dura entre 12 e 24 meses, dependendo da gravidade da doença.
No modelo convencional, as chances de cura variam de 40% a 47%, após tratamento realizado entre 48 e 52 semanas. A trinca de medicamentos estará disponíveis até o final do ano para 30 mil pacientes do SUS com hepatite C. Osufosbuvir e daclatasvir já começaram a chegar à rede pública de saúde, começando pelo Distrito Federal – as demais unidades da federação receberão até o inicio de novembro. Já o simeprevir será colocado na rede até o final do próximo mês.
O investimento da Saúde é de R$ 1 bilhão na importação dos remédios fabricados no Canadá, Estados Unidos e Holanda. A compra foi feita com desconto de até 420% em relação aos preços praticados pelos fabricantes com outros países, segundo o ministério, como Dinamarca, Noruega e Reino Unido.
“Se não fosse o Estado, eu não teria nem expectativa (de comprar o remédio). Tinha que morrer com o fígado contaminado. Porque não tem como pagar um absurdo por um remédio que custa R$ 40 mil, custa R$ 30 mil. Eu não posso comprar nem um carro nesse valor, quanto mais um remédio, né?”, compara Helenisar.
Com informações do Portal Brasil