Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008
Matéria destaca o processo de recuperação do ex-zagueiro Lúcio, que sofreu queimaduras em 18% do corpo após um acidente doméstico.
Iniciativa marca articulação bem sucedida entre os Conselhos Regionais das profissões da área da saúde e o Poder Legislativo da Capital
Publicado em: 19/02/2016
Zika: o que já se sabe e o que ainda falta saber sobre a doença
A escalada do vírus Zika nos noticiários e nas agendas dos
governantes reflete a preocupação com a crescente epidemia. Mais de 30
países e territórios já registram casos autóctones da doença -
a maioria deles no continente americano, incluindo o Brasil – e outros 17, como
Alemanha, Espanha e Estados Unidos, notificaram casos de pessoas que contraíram
a doença no exterior.
A gravidade da epidemia
colocou pesquisadores de todo o mundo em alerta e, embora muita coisa já tenha
sido descoberta, muitos pontos sobre o Zika continuam obscuros, como a relação
do vírus com os casos de microcefalia que ainda não foi comprovada.
Reunimos em um infográfico os principais tópicos sobre o que já se sabe e o que ainda falta descobrir sobre o vírus Zika. Confira abaixo.
O que já se sabe
Da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, o vírus Zika provoca uma doença com sintomas muito semelhantes aos da dengue, febre amarela e chikungunya. De baixa letalidade, causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo-papular (manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
O vírus é transmitido, na maioria das vezes, pela picada dos
mosquitos da família Aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer,
luteocephalus e vitattus), encontrados nas regiões tropicais da América,
África, Ásia e Oceania. A partir da picada infectada, a doença tem um período
de incubação de aproximadamente quatro dias até os sintomas começarem a se
manifestar. Os sinais e sintomas podem durar até sete dias. Há evidências
de que a doença pode ser transmitida por meio do contato com o sêmen
infectado durante relações sexuais. Grávidas infectadas também podem passar o
vírus para o feto durante a gestação.
Como ainda não
existe vacina ou um medicamento específico contra o vírus, o
tratamento feito serve apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de
paracetamol, sob orientação médica, é indicado nesses casos.
As medidas de prevenção e
controle da doença são as mesmas já adotadas para a dengue, febre amarela e
chikungunya, como eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar
água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, fazer uso de
repelentes, entre outros.
O que ainda não se sabe
Ainda não há dados consolidados e precisos do número de casos da doença nos países que registraram a ocorrência do vírus. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, entre 3 e 4 milhões de pessoas devem contrair o zika vírus em 2016 no continente americano. Cerca de 1,5 milhão destes casos deve ocorrer no Brasil. O cálculo considera o número de infectados por dengue, doença transmitida pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, em 2015, e a falta de imunidade da população ao vírus.
A dificuldade na obtenção de números confiáveis de casos de
infecção pelo vírus Zika se deve ao fato de o vírus ser detectável somente por
alguns dias no sangue das pessoas infectadas. Além disso, os médicos, assim
como os exames laboratoriais, não conseguem diferenciar com facilidade os casos
de zika de doenças como dengue e chikungunya, que têm sintomas muito
semelhantes.
Apenas uma em cada quatro
pessoas infectadas são sintomáticas, o que significa que somente uma pequena parcela
de pessoas que desenvolvem os sintomas da infecção causada pelo vírus procura
os serviços de saúde, prejudicando a contagem dos casos da doença.
No Brasil, as autoridades de
saúde investigam a relação do vírus Zika com o aumento da ocorrência de microcefalia,
uma malformação que implica na redução da circunferência craniana do bebê ao
nascer ou nos primeiros anos de vida, entre outras complicações. O Ministério
da Saúde confirma 508 casos de
bebês que nasceram com microcefalia por infecção congênita, que
podem ter sido causadas por algum agente infeccioso, inclusive o Zika, com 49
mortes. A pasta ainda investiga mais 3.935 casos suspeitos de microcefalia no
país. Outros 837 já foram descartados. A OMS quer
saber por que os casos de microcefalia estão concentrados no país.
Apesar de o vírus Zika
ter sido encontrado ativo na saliva e na urina, ainda não há
comprovação de que o contato com esse tipo de fluidos de pessoas infectadas
possam transmitir a doença. Os pesquisadores da área de saúde também não sabem
dizer ainda se há um período seguro durante a gestação em que as grávidas
possam viajar para áreas afetas pela epidemia ou estar em contato com pessoas
infectadas sem causar complicações para o bebê. Em geral, a maior
vulnerabilidade ocorre durante os quatro primeiros meses de gravidez.
Outros dois pontos que não
estão esclarecidos ainda é se, após contrair a doença, a pessoa fica imune ao
Zika e se as pessoas que são infectadas, mas não apresentam sintomas, podem
transmitir a doença.
Os órgãos de saúde de vários
países da América do Sul e Central, incluindo o Brasil, tambémestudam o
crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB) durante o surto de
Zika. A doença neurológica, de origem autoimune, provoca fraqueza
muscular generalizada e, em casos mais graves, pode até paralisar a musculatura
respiratória, impedindo o paciente de respirar, levando-o à morte.
De acordo com a OMS, o vírus Zika
pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite,
meningoencefalite e mielite. Embora na região das Américas essas síndromes não
tenham sido relatadas até o momento, serviços e profissionais de saúde devem
estar alertas para as possíveis ocorrências.
Fonte: Agência Brasil