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Publicado em: 02/04/2017

Dia Mundial da Conscientização Autista

A atuação da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional

Segundo definição do DSM-5, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado em 2014 pela Associação Americana de Psiquiatria, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento bastante complexo, que pode comprometer as habilidades sensoriais, de linguagem e de relacionamento.

Anteriormente denominado apenas pelo termo “autismo”, o TEA inclui o transtorno autístico (autismo); transtorno de Asperger; transtorno desintegrativo da infância e transtorno global do desenvolvimento.

Em todas as suas manifestações, as pessoas com TEA podem apresentar distúrbios de motricidade, com dificuldades de coordenação motora, baixo tônus muscular ou distúrbios de percepção.

Fisioterapia e TEA

O trabalho do fisioterapeuta com pacientes com distúrbios autistas que apresentam limitações físicas, foca sua atuação no desenvolvimento motor. Habilidades motoras básicas, como sentar, rolar, andar, registram avanços significativos com a atuação do fisioterapeuta. A literatura especializada aponta, ainda, para benefícios trazidos pela equoterapia.

O trabalho do terapeuta ocupacional com pacientes autistas

O olhar holístico da Terapia Ocupacional e seus instrumentos de análise de atividade e adaptações, muito auxiliam as pessoas com TEA em sua forma de interagir e se relacionar com o meio.

A terapeuta ocupacional e mestranda em Ciências Médicas pela Unifesp, Drª Dinara Souza, ressalta a competência dos profissionais da Terapia Ocupacional para avaliar e intervir nas alterações sensoriais, destacando que, cerca de 90% das pessoas com TEA apresentam padrões de processamento sensorial disfuncional, que geram impacto e prejuízos na sua funcionalidade.

A forma de avaliar e intervir deve estar baseada na tríade dos seus principais componentes de comprometidos: inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e padrão de comportamento restrito e repetitivo, além das alterações sensoriais”.

Certificada em Integração Sensorial pela Associação de Integração Sensorial da Argentina e em processo de formação no modelo DIR/Floortime, Drª Dinara destaca a importância da busca por capacitação específica para trabalhar com pacientes autistas. Também ressalta que o terapeuta ocupacional precisa possuir algum conhecimento em cognição social, neuropsicologia (funções executivas), alteração de linguagem/comunicação social, alterações sensórias, ensino e treino estruturado para aprendizagem de habilidades mais específicas.

“Além desses conhecimentos, acredito que é importante que o profissional faça uma pesquisa a respeito das principais abordagens de intervenção em autismo, e se apoie naquela com a qual melhor se identificar”, recomenda. Dentre as abordagens possíveis, Drª Dinara cita a Integração Sensorial; Modelo DIR/Floortime; Abordagem Comportamental ABA; Modelo Denver; Reabilitação Cognitiva, entre outras.

Envolvimento da família

Tanto no trabalho do fisioterapeuta como no do terapeuta ocupacional, o envolvimento dos familiares tem grande importância. Na Fisioterapia, é possível orientar os pais ou cuidadores a respeito de atividades que auxiliem a criança no desenvolvimento da coordenação motora e da força muscular. Na Terapia Ocupacional, o trabalho com a família, segundo Drª Dinara Souza, é um dos pilares principais de alguns modelos de intervenção. “Muitas vezes, é de fundamental importância de os familiares participarem da sua intervenção; realizando um coaching com eles, para ensiná-los a estimular, a brincar com a criança”.

A interação entre a atuação do terapeuta e a participação da família permitem que avanços significativos sejam conquistados. Drª Dinara cita, dentre eles, a descoberta de estratégias regulatórias para lidar com suas alterações sensoriais (seletividade alimentar; estereotipias; defensividade tátil; insegurança gravitacional; hiperacusia), independência e autonomia nas atividades de vida diária e prática, desenvolvimento da práxis, auxílio no aprendizado (principalmente no ambiente escolar), entre outras.

O adulto autista

Para profissionais que estejam interessados na intervenção com pacientes adultos, Drª Dinara revela que este é um campo vasto e cheio de possibilidades, seja para coaching social, profissional, capacitação e inclusão no mercado de trabalho, ou até mesmo para trabalhos de treinos de habilidades sociais. “Existem muitos grupos no Facebook e em toda a Internet que trabalham com adolescentes e adultos autistas, realizando treinos de socialização em eventos sociais reais, em baladas, cinemas, jantares e outros”.

Conscientização

Tanto a intervenção do fisioterapeuta como do terapeuta ocupacional para a superação de limitações provocadas pelas diferentes formas de manifestação do Transtorno do Espectro Autista contribuem para a Conscientização sobre o TEA, que tem no dia 2 de abril a sua celebração. A data foi definida pela Organização das Nações Unidas para alertar governantes e sociedade sobre a doença, ajudando a eliminar preconceitos por meio da informação.

Drª Dinara, que tem se dedicado há alguns anos às pessoas com Transtorno do Espectro Autista, se revela uma apaixonada pela área. “Trabalhar com o TEA é encantador. É impossível trabalhar com esses pacientes e ser indiferente nesta relação”.