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Publicado em: 14/12/2017

Demissão coletiva de fisioterapeutas: Crefito-3 insere segurança do paciente como norteador da Justiça

Representantes dos Hospitais Leforte e Bandeirantes não tinham poder de decisão para avaliar propostas do Sindicato e do Ministério Público e uma nova audiência foi marcada

Foi realizada nesta quinta-feira, 14 de dezembro, no Fórum Trabalhista da Barra Funda, audiência de conciliação entre representantes dos hospitais Leforte e Bandeirantes - réus em Ação Civil Pública do Ministério Público do Trabalho -, e os fisioterapeutas demitidos das duas instituições.

Determinada em decisão liminar proferida ainda no mês de novembro, a audiência conciliatória teve por objetivo promover a mediação da Justiça do Trabalho para a resolução imediata do conflito, por meio de acordo entre as partes. Nos meses de agosto e setembro, a quase totalidade da equipe de Fisioterapia das duas instituições foi demitida e substituída por um serviço terceirizado.

Presentes à audiência estiveram fisioterapeutas das duas instituições, um representante do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Estado de São Paulo (Sinfito-SP) e o Crefito-3. O Conselho esteve presente na qualidade de Amicus Curiae (figura jurídica que possibilita oferecer subsídios ao julgador, contribuindo para dar mais qualidade às decisões judiciais), e foi representado pelo presidente Dr. José Renato de Oliveira Leite, pelo diretor de fiscalização, Dr. Luiz Moderno, e pelo Procurador Marco Antonio Ferreroni.

Demissões equivocadas

Segundo o Ministério Público, todo o processo de demissão dos fisioterapeutas e terceirização do serviço foi equivocada. Não houve qualquer abertura para negociação coletiva das demissões e nem foi acionado o sindicato para participação no processo. As representantes do Ministério Público esclareceram que a ausência de negociação prévia à dispensa coletiva gerou sérios impactos na vida dos profissionais, na organização da estrutura hospitalar e, por consequência, também gerou impacto aos pacientes. Tudo isso, alegaram, poderia ter sido evitado caso houvesse a negociação coletiva.

O representante do Sinfito relatou que os diretores souberam que as demissões iriam ocorrer, e se apresentaram ao hospital para mediar o processo. Segundo o Sindicato, não houve resposta da instituição e foram convocados apenas para realizar as homologações. Como proposta para a audiência de conciliação, sugeriram a garantia de estabilidade de 1 a 2 anos para as equipes demitidas.

Em sua defesa, os representantes do hospital Leforte e do hospital Bandeirantes alegaram não ter havido qualquer dano coletivo com as demissões, pois agiram de acordo com o que define a reforma das leis trabalhistas, e ainda realizaram o pagamento e todas as verbas rescisórias e contaram com a participação do sindicato para a homologação das demissões. Além disso, também cumpriram com a determinação de decisão liminar da Justiça do Trabalho, que definiu a reintegração de todos dos profissionais demitidos, sob pena de pagamento de multa.

A respeito da estabilidade sugerida pelo sindicato, o representante se declarou impedido de tomar qualquer decisão nesse sentido sem antes consultar a diretoria das instituições, não oferecendo qualquer proposta ou contra-proposta que pudesse ser discutida durante aquela audiência de conciliação.

 

“Não se substitui uma equipe de profissionais do dia para a noite”

Ao pedir o direito de manifestação, o presidente do Crefito-3, Dr. José Renato de Oliveira Leite, apresentou ao Juiz do Trabalho Elizio Luiz Peres, da 41ª vara da Justiça do Trabalho, uma questão não levantada pela demanda trabalhista em pauta, mas que é diretamente afetada por ela: a segurança do paciente.

Segundo Dr. José Renato, não basta ao hospital contratar uma empresa que irá terceirizar o serviço de Fisioterapia – ainda que seja uma empresa de excelência – para substituir, do dia para a noite, a equipe de fisioterapeutas que há anos conhecem as rotinas, processos e práticas da instituição, o que garante a atuação harmônica da equipe multidisciplinar e, por consequência, garante a segurança do paciente.

Em defesa do conceito, o presidente do Crefito-3, baseado em seus 30 anos de experiência profissional no Instituto do Coração, alertou o Juiz que são necessários ao menos 6 meses para que o novo profissional, mesmo que experiente, possa atuar com segurança dentro de uma nova rotina hospitalar. “É necessário tempo para qualquer transição. Não é apenas tirar uma equipe e colocar outra. Os profissionais precisam de tempo para conhecer processos e rotinas da instituição, garantindo que não haverá nenhuma falha que possa comprometer a segurança do paciente”.

A manifestação do Crefito-3 foi registrada na ata da audiência e a questão poderá ser retomada pelo Juiz.

Próximos passos

A próxima audiência de conciliação entre os fisioterapeutas alvos da demissão coletiva e os representantes dos Hospitais Leforte e Bandeirantes será realizada no dia 8 de janeiro de 2018, às 14:00. Antes, Sinfito, Ministério Público do Trabalho e os fisioterapeutas envolvidos terão uma reunião na próxima segunda-feira, 18 de dezembro, para construção de uma proposta que será apresentada na audiência de 8 de janeiro. O Crefito-3 estará presente nesta reunião.