Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008
Matéria destaca o processo de recuperação do ex-zagueiro Lúcio, que sofreu queimaduras em 18% do corpo após um acidente doméstico.
Publicado em: 18/12/2017
Fantástico lembra da existência da Fisioterapia, mas abordagem é rasa e mantém mitos que prejudicam tratamentos
Desde a noite de domingo, 10 de dezembro, profissionais
fisioterapeutas manifestaram preocupação, e mesmo indignação, com relação à
primeira reportagem do Fantástico, da série “Essa dor que não passa”, com o
médico Dr. Drauzio Varella, sobre dor de coluna. Foram mostrados casos em que
pessoas sofrem com este mal há anos, sem solução.
A matéria deu destaque a alternativas de “tratamento” por
medicamentos e através de intervenções cirúrgicas. Vários fisioterapeutas
manifestaram preocupação com a divulgação de mitos que mantém a população
afastada de tratamentos eficazes contra estes e outros males. Em atenção a esse
movimento, o Crefito-3 enviou uma Carta à Produção do Fantástico, alertando
sobre falhas, erros e riscos, que resultam em desserviço à população (goo.gl/SSvZ4t). A evidência do caráter prejudicial destes
mitos veio com a segunda parte da reportagem, exibida ontem, 17 de dezembro,
que revelou ainda outros problemas.
Nesta segunda etapa da reportagem, tratamentos
fisioterapêuticos foram citados como parte da solução. O telespectador pôde
acompanhar nas cenas atividades de profissionais da área em atendimento aos
pacientes centrais da matéria. A trama, que gira em torno do médico, dá a entender
que a contribuição da Fisioterapia é apenas secundária. A complementaridade dos
serviços não é levada em consideração. “Neste caso, além do papel da
Fisioterapia no processo, que é central, existe toda uma questão psicossomática
ou mesmo de sobrepeso, que envolvem outras profissões da área de Saúde. De
fato, o enfoque multidisciplinar deveria ter sido melhor tratado na matéria”,
alerta Dr. Eduardo Filoni, Conselheiro do Crefito-3, com atuação em
Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica.
Como contribuição importante da matéria, a revelação de uma
triste realidade: alto índice de interrupção em tratamentos fisioterapêuticos.
Também acontece com frequência, o paciente ignorar, por conta própria, a
terapia. Isso impacta sobremaneira os resultados esperados, como foi possível
verificar na matéria, e deve fazer parte da preocupação dos profissionais das
áreas de saúde, no sentido de alcançar eficácia nos resultados. “Infelizmente,
é comum que o paciente abandone o tratamento. É que eles focam no sintomas, ou
seja, na dor. É preciso sensibilizar profissionais e conscientizar pacientes da
importância da terapêutica. Com exercícios de estabilização e de
fortalecimento, o tratamento seria mais longo, e, por consequência,
apresentaria melhores resultados”, disse Dr. Eduardo Filoni.
Em um dado momento, o médico deixou escapar um detalhe muito
importante. Ao receber o retorno de um dos pacientes, indicou mais dez sessões
“de Fisioterapia”. Esse “número mágico” é bastante conhecido dos profissionais.
Apesar do fisioterapeuta ser profissional de primeiro contato, é comum que
médicos prescrevam tratamentos fisioterapêuticos, e em geral em 10 sessões.
Isso prejudica a atuação do fisioterapeuta e revela dificuldade de alguns
médicos em trabalhar a saúde de forma complementar e multiprofissional.
O Crefito-3 vai encaminhar ao Fantástico essa semana um novo
alerta sobre os problemas encontrados, propondo, trabalhar de maneira mais
aprofundada essas questões com o telespectador.
Além disso, o Conselho irá contribuir mantendo debate com
profissionais acerca da matéria exibida pelo Fantástico. Da mesma forma como
foi feito após a exibição da primeira parte do quadro, o objetivo é ampliar a
discussão sobre contribuições da Fisioterapia para a saúde da população. “O
programa tem grande alcance e pode ser agente de transformação ao apresentar à
população, outras formas de tratamento, mais modernas, a partir de
conhecimentos científicos e baseadas em evidências. O Crefito-3, como já havia
manifestado anteriormente, está à disposição para contribuir na construção de
conteúdo de relevância”, afirma o presidente do Conselho, Dr. José Renato.