Últimas Notícias

Participe do I Evento Virtual da Subcomissão de Fisioterapia na Atenção Básica do CREFITO-3


CREFITO-3 EDUCA #86: O Papel do Exercício Físico no Câncer de Pulmão: Da Avaliação Funcional à Intervenção Terapêutica


Sede e Subsedes do Crefito-3 não prestarão atendimento nos dias 19 e 20 de junho


Seletividade alimentar no TEA: atuação conjunta entre Terapia Ocupacional e Nutrição

Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.


17 Anos da Fisioterapia do Trabalho no Brasil

Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008


Saiu na Mídia: Fisioterapia na recuperação do ex-zagueiro Lúcio é destaque no UOL

Matéria destaca o processo de recuperação do ex-zagueiro Lúcio, que sofreu queimaduras em 18% do corpo após um acidente doméstico.


VEJA MAIS

Imagem da notícia

Publicado em: 12/09/2018

Dia 10 de setembro - Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e a Campanha Setembro Amarelo

Essa data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio em 2003 para estimular que os países discutam o suicídio e formas de prevenção. No Brasil, temos a Campanha Setembro Amarelo, realizada desde 2014, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

            Segundo dados de 2012 da OMS, mais de 800 mil pessoas se suicidam todos os anos, estimando-se que acontece um suicídio a cada 40 segundos no mundo todo.

            Em 21 de setembro de 2017, o Ministério da Saúde divulgou o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. Chama a atenção a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos e entre jovens, principalmente de homens indígenas.

            A meta da OMS é reduzir 10% dos óbitos por suicídio até 2020 e a partir do referido Boletim o governo brasileiro criou a Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio com propostas de ações em três eixos: Vigilância e Qualificação da Informação, Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde, Gestão e Cuidado, com a finalidade de construir até 2020 o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Entre as propostas estão: capacitação de profissionais, orientação da população e de profissionais da mídia, expansão e fortalecimento da rede de assistência em saúde mental, principalmente nas áreas com maior risco, monitoramento anual dos casos.

            De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil, em média 11 mil pessoas/ano tiram a própria vida, sendo que em 2015 o suicídio foi a quarta maior causa de morte na faixa etária entre 15 e 29 anos, a terceira maior causa entre homens e a oitava entre as mulheres desse grupo.

            Entre 2011 e 2015, o país apresentou aumento da taxa de mortalidade por suicídio por 100 mil habitantes – de 10.490 (5, 3%) para 11.736 (5,7%).

            Entre 2011 e 2016 foram registrados 176.226 casos de lesões autoprovocadas, sendo que deste total, 48.204 (27,4%) foram tentativas de suicídio e, na maioria, por mulheres (69%). As mulheres foram mais reincidentes nas tentativas de suicídio, mas os homens morreram 3, 6% mais do que as mulheres. Quanto aos meios, envenenamento e intoxicação foram os principais utilizados (57,6), seguidos de objeto pérfuro-cortante (6,5%) e enforcamento (5,8%). Quanto à faixa etária, os idosos com mais de 70 anos morreram mais por suicídio (8,9%), sendo que 5,5% foi a média nacional. Com relação à raça, os indígenas morreram mais do que a branca, negra e amarela, sendo a incidência maior entre os indígenas de 10 a 19 anos.

            Quanto à situação conjugal, entre 2011 e 2015, a proporção de solteiros/viúvos/divorciados foi maior (60,4%) do que os casados/em união estável (31,5%).

            Em quase todos os municípios brasileiros há notificação de suicídios, com variações regionais. As taxas de suicídio entre jovens das grandes cidades, indígenas da região Centro Oeste e lavradores do interior do Rio Grande do Sul, são próximas dos países do leste europeu e da Escandinávia. Entre 2010 e 2015, a maior concentração ficou na região sudeste com 38% dos casos.

            A notificação tornou-se obrigatória a partir de 2011 e deve ser realizada em até 24 horas. Entretanto, a subnotificação acontece e a realidade pode ser ainda mais preocupante.

            Segundo Chiaverini et al. (2011), os fatores de risco podem ser: sociodemográficos, psicológicos e psiquiátricos.

            Entre os fatores sociodemográficos estão: sexo masculino; faixa etária entre 19 e 49 anos e acima dos 65 anos; os separados/divorciados, seguidos dos solteiros, depois os viúvos e, por último, os casados; estratos econômicos mais ricos e mais pobres; desempregados e aposentados; ateus, protestantes têm mais riscos que católicos e judeus; isolamento social.

            Já os fatores psicológicos podem ser: perda recente; perda dos pais na infância; instabilidade familiar; reação às datas importantes (ex.: aniversários); traços de personalidade tais como, impulsividade, agressividade, humor lábil; história familiar de doença afetiva, alcoolismo ou suicídio.

            Com relação aos fatores psiquiátricos: depressão, uso abusivo de álcool ou outras drogas, esquizofrenia, síndromes orgânico-cerebrais; transtorno de personalidade; tentativas anteriores de suicídio; doenças físicas incapacitantes, dolorosas ou terminais.

            Já quanto aos fatores de proteção, estimativas afirmam que a existência de CAPS no município reduz em 14% o risco de suicídio. Fortalecimento das redes sociais de apoio e ações intersetoriais com foco na promoção de saúde também são importantes estratégias de proteção.

            Portanto, considerando o perfil epidemiológico no Brasil, os fatores de risco e de proteção e o impacto social e familiar do suicídio/tentativas do suicídio, é de extrema relevância que os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que compõem a Rede de Atenção à Saúde em todo o território nacional, assim como os demais profissionais de saúde, participem dos processos de qualificação das suas práticas na prevenção do suicídio, sejam orientados sobre a importância da notificação e recebam informações técnicas sobre acolhimento, encaminhamento responsável e articulação da Rede de Atenção Psicossocial (CAPS, Atenção Básica, Hospitalar e Urgência e Emergência).

            Especificamente, os terapeutas ocupacionais inseridos nas Redes de Atenção Psicossocial têm um papel importante nas equipes que acolhem essa demanda, respeitando o disposto na Resolução COFFITO nº 408 de 18 de agosto de 2018 que disciplina a Especialidade Profissional Terapia Ocupacional em Saúde Mental e toda a prática e produção acumulada da profissão no campo da Saúde Mental em consonância com os pressupostos da Reforma Psiquiátrica e de Políticas Públicas que garantam o cuidado singular, em rede e no território.

            Estratégias voltadas para o fortalecimento pessoal e da rede de apoio podem ser fundamentais na prevenção de novos episódios, além de ofertas terapêuticas voltadas para a promoção de saúde como um dos objetivos da Terapia Ocupacional.       

Referências:

BOTEGA, N. J. Avaliação e manejo do risco suicida. In: MATEUS, M. D. (org.). Políticas de saúde mental: baseado no curso Políticas públicas de saúde mental, do CAPS Luiz R. Cerqueira. São Paulo: Instituto de Saúde, 2013.

CHIAVERINI D. H. (Organizadora)... [et al.].Guia prático de matriciamento em saúde mental  [Brasília, DF]: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico [Internet]. Vol. 48 – nº 30 – 2017: Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf

https://www.ufrgs.br/telessauders/noticias/dia-mundial-prevencao-suicidio/