A Câmara Técnica de Saúde Suplementar do CREFITO-3 publicou o Parecer Técnico nº 01/2025, que responde a uma demanda da Ouvidoria sobre glosas em procedimentos fisioterapêuticos com base na justificativa de “uso específico da Fisiatria”
Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008
Publicado em: 24/05/2019
2º Simpósio Crefito-3 na Hospitalar apresentou inovações em Fisio e em T.O.
Evento foi parte da programação científica da Feira e destacou tecnologias em Fisioterapia Respiratória e a atuação da Terapia Ocupacional em contextos hospitalares
Nesta quinta-feira, 23 de maio, o Crefito-3 recebeu fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais no espaço de eventos do Expo Center Norte, em São Paulo para a realização de seu 2º Simpósio sobre novas tecnologias, dentro das atividades da Feira Hospitalar 2019.
Trazendo fisioterapeutas e terapeutas com atuação destacada em suas áreas, o evento apresentou aos participantes as tendências nas áreas de fisioterapia respiratória, tecnologia assistiva e sobre a atuação da Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e em cuidados paliativos.
"Queremos trazer o que há de mais moderno aos profissionais, e mostrar que a tecnologia está aí para tornar nossa prática ainda melhor", afirmou o presidente do Crefito-3, Dr. José Renato de Oliveira Leite, durante a abertura do Simpósio.
A seguir, alguns dos destaques de cada palestra.
Em breve, no canal do Crefito-3 do Youtube, todas as palestras estarão disponíveis na íntegra.
O uso da ultrassonografia diagnóstica na avaliação cinesiofuncional
Abrindo o ciclo de palestras, o fisioterapeuta Dr. Jefferson Bassi falou sobre o uso da ultrassonografia diagnóstica na avaliação cinesiofuncional na prática fisioterapêutica. Dentre os assuntos discutidos na palestra,o fisioterapeuta explicou sobre a importância do uso da ultrassonografia na tomada de decisão e estratégias de tratamento para o paciente como, por exemplo, na avaliação da possibilidade de sucesso ou fracasso em uma decisão sobre o desmame de ventilação.
Tomografia de impedância elétrica - aplicabilidade clínica
O tema foi apresentado pela Dra. Karina Timenetsky, do Hospital Israelita Albert Einstein. Durante sua apresentação, a fisioterapeuta destacou que, dentre as aplicações clínicas da tomografia de impedância elétrica como ferramenta de monitorização, é possível avaliar, à beira-leito, a distribuição da ventilação no paciente, a detecção de pneumotórax e a perfusao pulmonar.
Abordagem Fisioterapêutica no paciente com ECMO
A terceira palestra foi ministrada pela fisioterapeuta Dra. Cristiane Domingues Gonçalves, que falou sobre a abordagem fisioterapêutica no paciente com ECMO, que se caracteriza pela oxigenação por membrana extracorpórea. Dentre os pontos abordados, a fisioterapeuta explicou que a ECMO é utilizada em vários casos, como cardiopatias congênitas, disfunção cardíaca, insuficiência respiratória e outros. A ECMO irá fornecer resgate de vida a pacientes graves, funcionando como um coração e um pulmão artificiais a estes pacientes. Dra. Cristiane falou, também, que antes da utilização da ECMO, o índice de mortalidade de pacientes graves era muito alto. Com a ECMO, esse índice reduziu e pacientes graves passaram a ter sobrevida.
Tecnologia assistiva para reabilitação no ambiente hospitalar no mercado brasileiro
Ao longo de sua palestra, Dr. Caio Henrique Veloso da Costa apresentou tecnologias que colaboram nos processos de transferência, suspensão, treinamento de força e deambulação. Este último, inclusive, com tecnologias auxiliando a ampliar a distância percorrida.
O palestrante destacou, ainda, que os protocolos de mobilização precoce devem ter abordagem multiprofissional. "Não existe mobilização sem o envolvimento de toda a equipe", afirmou.
Segundo o palestrante, a falta de tempo, falta de colaboração, falta de número suficiente de membros na equipe são justificativas alegadas pelos profissionais para não realizar a mobilização precoce de maneira mais frequente nos hospitais.
Atualização em tecnologia assistiva. Realidade internacional
O tema foi apresentado pelo fisioterapeuta Dr. Ivens Willians Silva Giacomassi. Durante a palestra, o fisioterapeuta mostrou diversos recursos e equipamentos que atuam na reabilitação do paciente. Dr. Ivens falou sobre a importância da intervenção da tecnologia na promoção de mobilidade, reabilitação, segurança do paciente e da equipe multidisciplinar. No cenário internacional, as tecnologias estão sendo transferidas aos leitos a fim de facilitar o tratamento. Os maquinários permitem que o paciente realizem, em leito, exercícios de reabilitação de forma segura. Amparados pelos aparelhos, pacientes tendem a perder o medo de se movimentar, ganhando confiança a cada execução.
Atualização em ventilação mecânica: comparação PAV plus x PS no desmame ventilatório
O tema foi apresentado por Dr. Augusto Cruz, que alertou para uma questão que ele denomina como "controle cego" do profissional que maneja a ventilação mecânica. "O profissional precisa compreender a real necessidade ventilatória do paciente, e adequar a oferta conforme o que é demandado. A oferta deve ser proporcional, para evitar o over-use".
O palestrante explicou que a ideia de oferta proporcional garante melhores taxas de sucesso no processo de desmame. "O gráfico ventilatório, por vezes, nos limita. A oferta proporcional, diminui o risco da sobrecarga de uma ventilação mecânica "cega", ajudando a garantir independência e funcionalidade de forma inteligente.
Parâmetros técnicos e assistenciais terapêuticos ocupacionais na UTI
O assunto foi apresentado pela terapeuta ocupacional Dra. Mônica Estuque Garcia de Queiroz. Dentre os temas relacionados, a terapeuta ocupacional falou sobre a atuação do profissional junto aos pacientes de unidades de terapia intensiva.
Dra. Mônica enfatizou, em sua fala, que os norteadores da prática do terapeuta ocupacional devem levar em consideração as condições sensórias (motoras e cognitivas) que são próprias do paciente em UTI, pois os níveis de fragilidade e vulnerabilidade têm características muito diversas do paciente ambulatorial.
"A UTI, para o terapeuta ocupacional, é um ambiente em que o profissional deve abandonar o conceito de "expectativa" para adotar um olhar de "perspectiva", recomendou a palestrante.
Cuidados paliativos - o papel da terapia ocupacional em contexto hospitalar
Como última atividade do 2° Seminário Crefito-3, foi apresentada a palestra "Cuidados Paliativos: o papel da Terapia Ocupacional em contexto hospitalar", ministrada pela Dra. Marysia Mara Rodrigues do Prado de Carlos, da FMUSP-Ribeirão Preto.
Sobre cuidados Paliativos, Dra. Marysia conta que o jornal The Economist publicou, em 2015, o resultado de uma pesquisa com 80 países, a respeito da "qualidade de morte" que cada um deles oferecia. O Brasil ficou na 42ª posição.
Dra. Marysia alerta para o fato de que inexistem políticas públicas nacionais em Cuidados Paliativos. Ela defende que eles estejam presentes em toda a rede SUS, desde a atenção básica.
Sobre a atuação da Terapia Ocupacional, Dra. Marysia explicou que os Cuidados Paliativos estão fundamentados em dois Direitos Humanos básicos: a qualidade de vida e a qualidade de morte. "O terapeuta ocupacional, fundamentado na filosofia e nas diretrizes dos Cuidados Paliativos, pode ajudar o paciente a escolher a forma como vai viver e a forma como deseja morrer".
Dentre os recursos da Terapia Ocupacional, a orientação, o acolhimento, ajustes na rotina diária, tecnologia de comunicação alternativa e apoio à família são relevantes na oferta de Cuidados Paliativos. "Nesta área, está nas mãos do terapeuta ocupacional ajudar o paciente a viver tão ativamente quanto possível, sempre reconhecendo o direito desse paciente à auto-determinação", concluiu Dra. Marysia.