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Publicado em: 13/04/2020

Coronavírus, contaminação e morte! Falta de EPIs e descuido são portas abertas.

Ministério da Saúde recomenda o uso de EPIs como gorro, máscara, luvas, aventais e óculos protetores. No entanto, profissionais relatam falta de itens essenciais como máscaras descartáveis em unidades de atendimento.

Em 28 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde anunciava a chegada do novo coronavírus ao Brasil e os números sobre a COVID-19 não pararam de crescer desde então. Já são 22.625 mil casos de pessoas diagnosticadas com coronavírus e, muito embora grande parte da população esteja cumprindo o distanciamento social, são os profissionais da saúde que se arriscam diuturnamente no combate ao vírus e no salvamento de vidas. E, nesse caso, a falta de equipamentos de proteção individual, além de deixar os profissionais apreensivos e temerosos, favorece muito a contaminação de quem está frente a frente com a doença, e pode ser fatal. 


Vítimas na Fisioterapia

São casos como o de um fisioterapeuta que veio a óbito, no dia 12 de abril, testado positivo para COVID-19. O profissional atuava na rede pública de Santo Tomás de Aquino, em Minas Gerais, e havia se deslocado até Franca (SP) para realizar o teste e detecção da COVID-19. Segundo relatos, Dr. Wesley apresentava febre e tosse havia alguns dias, e o caso estava sendo tratado como uma pneumonia. Após apresentar piora no quadro, decidiu se dirigir a Franca, município  paulista a cerca de 50 quilômetros de Santo Tomás de Aquino, para a testagem de Covid-19 em um laboratório particular. Ainda segundo relatos, no mesmo dia em que chegou à Franca, apresentou agravamento dos sintomas, quando foi encaminhado para a Santa Casa da cidade, permanecendo na área de isolamento, até seu falecimento. Em outros dois casos, como o de um enfermeiro e de um médico que atuavam na rede pública de São Paulo, a falta de EPIs também pode estar relacionada aos óbitos desses profissionais, já que membros da equipe em que os profissionais trabalhavam, reclamaram da falta de EPIs, como máscaras cirúrgicas e aventais, itens indispensáveis para o combate ao coronavírus. 


A morte desses e de outros profissionais da saúde que estão no enfrentamento ao coronavírus reforçam o alerta de que não há ninguém imune à contaminação, especialmente àqueles da área da saúde. A terapeuta ocupacional e membro da Frente de Coordenação de Agentes Fiscais Especiais do Crefito-3, Dra. Dimaima Vitória, orienta que os profissionais da saúde não podem abrir mão dos EPIs. “Não podemos ser super heróis ao dar assistência. Nossa proteção vem em primeiro lugar, para que possamos continuar saudáveis nessa linha de frente e não transmitir o vírus aos nossos pacientes”. Sobre a falta de EPIs, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta reconheceu o problema devido ao superaquecimento da demanda internacional pela pandemia. Segundo Dra. Dimaima, “a importância dos EPIs é gigantesca, pois é uma proteção individual fundamental para nossa própria segurança e segurança dos paciente. Os mais indicados para usar são máscara cirúrgica, luvas de procedimentos, avental impermeável, óculos de proteção, máscara N95, lembrando sempre de lavar as mãos constantemente. Em caso de falta de água, usar álcool em gel”. Vale lembrar que os equipamentos devem ser descartados após o uso, mas, a realidade tem sido outra. Devido à escassez dos materiais, há relatos de profissionais que reutilizam o mesmo equipamento, o qual deveria ser substituído por outro. A recomendação, por exemplo, é a de trocar a máscara a cada duas horas. Com a falta de equipamentos, a biossegurança fica extremamente comprometida. 


Dra. Dimaima afirmou que o profissional que tem contato direto com um paciente deve usar sempre os EPIs padrão e lavar as mãos a cada procedimento. “É de suma importância. Caso o paciente tenha suspeita de COVID-19, deve-se usar máscara N95, óculos de proteção, avental impermeável, gorro e, se disponível, face shield. A terapeuta ocupacional reforça que a paramentação adequada e principalmente a desparamentação, devem ser feitas com muito cuidado, já que é mais comum a contaminação pelo vírus ao retirar os EPIs. Para se ter uma ideia, um estudo publicado na US National Library of Medicine National Institutes of Health observou 26 estudantes de medicina de uma universidade da Austrália e descobriu que esses estudantes tocavam o rosto 23 vezes por hora. Os toques envolveram boca, nariz e olhos, que são os acessos mais fáceis para vírus e bactérias entrarem no organismo. 


Biossegurança


Pensando na segurança de profissionais que estão em contato direto com o coronavírus e da população por eles atendida, o Crefito-3 instituiu a Frente de Coordenação de Agentes Fiscais Especiais,  para garantir cuidados de biossegurança a todos os profissionais que atuam na rede pública e privada do estado de São Paulo na luta contra a COVID-19. A ação teve início esta semana através de visitas conduzidas pelos profissionais que responderam ao chamamento público do Conselho para voluntários nesta fiscalização. Na primeira semana de trabalho, o foco das visitas foram as instituições nos municípios da Grande São Paulo. São mais de 130 agentes fiscais especiais visitando hospitais não apenas na capital, mas também no ABCD, cidades do Alto Tietê, e as cidades abrangidas pelas subsedes de Osasco e Guarulhos. Na próxima semana as visitas da fiscalização especial serão ampliadas para todo o estado de São Paulo. 


Falta de EPIs


Até o dia 1º de abril, a Associação Médica Brasileira recebeu mais de 2 mil denúncias por falta de EPIs, tais como máscaras do tipo N95 ou PFF2, luvas, álcool em gel, gorro, óculos, face shield, capote impermeável e outros. São denúncias indiscutíveis, já que, só no estado do Rio de Janeiro, 100 enfermeiros e 30 médicos foram afastados com suspeita de contaminação. Segundo afirmou o ministro Luiz Henrique Mandetta, o Brasil teve diversos pedidos de compras internacionais de EPIs negados, criando um cenário de insegurança entre profissionais da saúde. O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom  alertou que a falta de EPIs é uma das ameaças mais urgentes à capacidade de salvar vidas. “Quando profissionais da saúde estão em risco, estamos todos em risco. Os trabalhadores da saúde nos países de baixa e média renda merecem a mesma proteção que os dos países mais ricos”, alertou.


Experiência pessoal


Dra. Dimaima relatou que, após apresentar sintomas da COVID-19, precisou se afastar do trabalho. “Minha experiência pessoal com a doença é principalmente sobre co-responsabilidade, sobre o quanto somos co-responsáveis pelo o outro. Peguei um vírus que não me afetou de maneira grave, mas que me deixou muito fragilizada. Senti dores que nunca havia sentido antes, medo de morrer, do meu quadro piorar”. A terapeuta ocupacional passou pela testagem do COVID-19 e ainda aguarda o resultado do exame. Em um alerta a o todos os profissionais da saúde, Dra. Dimaima diz que é preciso se proteger. “Usem os EPIs necessários e, em caso de sintomas, não exponham pacientes e nem familiares, pois cada pessoa reage ao vírus de uma forma diferente e podemos ser co-responsáveis pela morte de alguém. Respeitar o que a OMS prega é seguir o nosso Código de Ética".