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Publicado em: 13/05/2020

Estudo indica lockdown inevitável em SP se isolamento não subir nas próximas semanas

Projeções feitas pela Unicamp indicam que a adoção de lockdown obrigatório no Estado de São Paulo será inevitável caso taxa de isolamento social continue abaixo do ideal.

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) realizou projeções com um modelo matemático que indica que a adoção de lockdown obrigatório no Estado de São Paulo será inevitável caso o nível de isolamento social não suba significativamente nas próximas semanas, começando nesta terça-feira, dia 12 de maio. 


De acordo com informações, entre os dias 8 e 10 de maio, foram registrados, em média, 1.839 novos casos diários de COVID-19 em todo o estado, sendo 1.033 somente na Capital. Se for mantida a taxa de contágio, que é o número de pessoas para as quais um infectado transmite o vírus, observada nos 30 dias anteriores a 10 de maio, no final de junho São Paulo contabilizará 53,5 mil novas infecções por dia, sendo 20,8 mil casos diários somente no município de São Paulo. Nesse período, estima-se que o número de novos casos dobre a cada 11,5 dias para o estado e a cada 12,9 dias para a capital, nas próximas semanas.


Segundo o matemático Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geociências da Unicamp e coordenador do Programa Especial Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPESP, “essas projeções têm grande chance de estarem subestimadas, pois o nível de isolamento vem caindo desde o início de abril e, entre 5 e 9 de maio, não ultrapassou 50%, o que provocará o aumento da taxa de contágio. Isso se refletirá daqui a 15 ou 20 dias no número de novos casos, depois sobre o número de óbitos. Mas, mesmo que se mantenha o nível de contágio estimado até 10 de maio, os valores projetados indicam que ainda este mês o sistema público de saúde da Região Metropolitana de São Paulo atingirá o limite, pois o nível de ocupação de leitos de UTI já está acima de 80%. Se o isolamento não for ampliado urgentemente, o estado terá de adotar medidas mais drásticas de contenção, como ocorreu na Itália, ou a situação se tornará insustentável”. 


Projeções

As estimativas foram feitas com um modelo matemático, desenvolvido pelo professor Pedrosa, que permite estimar a dinâmica de transmissão da COVID-19 em diferentes locais, levando em conta variáveis climáticas, a densidade populacional e a linha do tempo da instalação da doença (data em que o país ou a região atingiu a marca de 100 casos). Para desenvolver o modelo, foram usados dados de 50 estados norte-americanos e de outros 110 países, incluindo o Brasil. Foram selecionados países para os quais havia informação suficiente disponível para calcular a taxa de crescimento exponencial no período em que o centésimo caso da doença foi registrado. As informações meteorológicas foram obtidas em uma base de dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, instituição que integra o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Já os dados referentes à expansão da COVID-19 até o dia 10 de abril vieram do Centro de Ciências de Sistemas e Engenharia da Johns Hopkins University (Estados Unidos) e do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças, com sede na Suécia. Professor Pedrosa explicou que “estudos iniciais sugeriam que o novo coronavírus teria mais dificuldade para se disseminar em países com clima quente e úmido. Mas, segundo este modelo, o efeito das variáveis climáticas na taxa inicial de expansão da doença não foi significativo ao se incluírem as variáveis de densidade populacional e/ou a data de início da doença. Isso confirmou a experiência do Brasil e de outros países que estavam em período de verão, com clima quente e úmido, e sofreram expansão severa da COVID-19”. 


Contágio atenuado

Com base nesses resultados, Pedrosa estimou a taxa de atenuação do contágio que seria necessária para controlar a doença em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, em função da densidade populacional de cada cidade. Municípios como Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro estão na lista das mais densamente povoadas do país. O pesquisador calculou que se nenhuma medida de distanciamento social tivesse sido adotada para conter o avanço do novo coronavírus nesses municípios, todos teriam uma taxa de contágio superior a 5,8 e o número de infecções dobraria em menos de dois dias. “Para controlar a doença nas quatro cidades mais densamente povoadas do país, é preciso atenuar a taxa de contágio livre em 84%, o que seria possível com pelo menos 60% de isolamento social combinado ao uso obrigatório de máscaras de boa qualidade, por exemplo”.


Rodízio em SP

Nesta segunda-feira, dia 11 de maio, começou a valer em São Paulo um novo modelo de rodízio de carros, anunciado na semana passada pelo prefeito Bruno Covas. Automóveis com placas de final par só poderão rodar em dias pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida também vale para toda a cidade, durante 24 horas, inclusive sábados e domingos e inclui, ainda, a zona Máxima de Restrição de Veículos para caminhões. Profissionais da saúde estão isentos do rodízio, assim como veículos de serviços considerados essenciais. A decisão foi tomada para evitar que seja decretado o lockdown na cidade, ou seja, um confinamento total que paralisa, especialmente, os fluxos de deslocamento. Vale ressaltar que a taxa de isolamento social na cidade continua em queda, com 48% de adesão, segundo último índice divulgado.