A Câmara Técnica de Saúde Suplementar do CREFITO-3 publicou o Parecer Técnico nº 01/2025, que responde a uma demanda da Ouvidoria sobre glosas em procedimentos fisioterapêuticos com base na justificativa de “uso específico da Fisiatria”
Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Publicado em: 24/06/2021
Contribuições da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional para a prevenção de quedas em idosos
De abordagem multiprofissional, a redução ou a eliminação de fatores de riscos para quedas de pessoas idosas conta com a abordagem de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para promover hábitos saudáveis de vida e ambientes mais seguros.
Todos os anos, no dia 24 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi incluída no Calendário da Saúde do Ministério da Saúde, com o objetivo de alertar as pessoas de todas idades, mas principalmente os idosos, sobre os riscos de queda.
Segundo a OMS, aproximadamente 28% a 35% das pessoas acima de 65 anos no mundo sofrem ao menos uma queda ao ano. No Brasil, cerca de 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano, e 13% caem de forma recorrente.
Ao contrário do senso comum, a queda não é apenas “cair ao solo”
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a queda é definida como “o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade”.
Ou seja, não é necessário o impacto contra o solo ou contra qualquer outra superfície para que a queda se configure. Para os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, conhecer essa definição amplia o olhar profissional para a detecção e abordagem dos riscos de queda e possibilidades de prevenção.
Queda pode ser resultante de muitos fatores
A Dra. Cristiane Patrícia Escanhoela, terapeuta ocupacional especializada em Saúde da Família e pós-graduanda em saúde do idoso, explica que a ocorrência de quedas em idosos pode ter como causa diferentes fatores, tais como os biológicos, relacionados ao processo natural de envelhecimento; fatores ambientais, como barreiras arquitetônicas, presença de tapetes pequenos em superfícies lisas; fatores comportamentais, como o uso excessivo de álcool e comportamento sedentário, e fatores de risco socioeconômicos, como habitações inadequadas, acesso limitado ao cuidado de saúde, entre outros.
Dra. Cristiane explica que os terapeutas ocupacionais atuam na prevenção de quedas abordando não somente os fatores ambientais, mas associa suas intervenções às avaliações e intervenções com os demais possíveis fatores de risco de cada pessoa idosa, individualmente.
Característica multifatorial da queda exige abordagem multiprofissional
Para Dra. Larissa Alamino Pereira de Viveiro, fisioterapeuta, especializada em Fisioterapia em Gerontologia e pesquisadora no Laboratório de Estudos em Tecnologia, Funcionalidade e Envelhecimento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a prevenção da queda é o melhor caminho para que as consequências dela, que podem ser devastadoras ao idoso, possam ser evitadas, e as ações de prevenção só podem ter efetividade e eficácia se ocorrerem de acordo com um olhar multiprofissional .
“É óbvio que, se as principais alterações que a pessoa idosa apresentar forem relacionadas à marcha e equilíbrio, teremos um papel importantíssimo para evitar que novas quedas aconteçam. Mas, se além das alterações na marcha e equilíbrio essa pessoa apresentar medo de cair, fizer uso de muitos medicamentos (até por conta própria, sem prescrição), apresentar sintomas depressivos, adotar comportamentos de risco e não tiver uma casa bem adaptada, o nosso papel isolado, enquanto fisioterapeutas, não será suficiente”, alerta Dra. Larissa.
Por sua característica multifatorial, tanto a Dra. Cristiane quanto Dra. Larissa, ressaltam a importância da equipe multidisciplinar para que o idoso receba atenção integral. “A intervenção isolada tem pouco impacto sobre a diminuição no risco da queda”, conclui Dra. Cristiane.
Para saber mais:
Clique aqui para ler o artigo de opinião da fisioterapeuta Dra. Larissa Viveiro e da terapeuta ocupacional Dra. Cristiane Patrícia Escanhoela.