A Câmara Técnica de Saúde Suplementar do CREFITO-3 publicou o Parecer Técnico nº 01/2025, que responde a uma demanda da Ouvidoria sobre glosas em procedimentos fisioterapêuticos com base na justificativa de “uso específico da Fisiatria”
Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Publicado em: 27/07/2021
Fisioterapia oferece muitos recursos para pacientes com diagnóstico de tumores de cabeça e pescoço
Atuação do fisioterapeuta no câncer de cabeça e pescoço abrange desde a prevenção de perdas funcionais decorrentes do tratamento até o tratamento das sequelas resultantes de cirurgias, quimioterapia e radioterapia.
Dia 27 de julho marca o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Atingido anualmente, cerca de 40 mil brasileiros, essa doença é mais comum na população masculina, e abrange os tumores diagnosticados na boca, língua, faringe, laringe, esôfago, garganta, nasofaringe e tireoide. Para os casos de diagnóstico de tumores nessas regiões, a Fisioterapia oferece vários caminhos para a prevenção e o tratamento. Prevenção de perdas funcionais A partir do diagnóstico, Fisioterapia tem papel relevante na prevenção de possíveis alterações funcionais, conforme esclarece a fisioterapeuta Dra. Telma Ribeiro Rodrigues, desde 2001 atuando no A. C Camargo Cancer Center, onde é Coordenadora do ambulatório de Fisioterapia e Preceptora da Residência Multiprofissional de Fisioterapia em Oncologia. Dra. Telma explica que o fisioterapeuta precisa ter informações sobre as formas de tratamento do câncer de cabeça e pescoço: além de conhecer sobre as cirurgias, o fisioterapeuta deve conhecer as consequências da quimioterapia e da radioterapia nos diversos sistemas. “Tanto a neoplasia quanto o tratamento antineoplásico podem gerar diversas alterações físico-funcionais. Os procedimentos cirúrgicos são de longa duração, por se tratar de uma topografia com diversas estruturas com funções específicas e essenciais, como respiração, fala, alimentação, entre outras”, esclarece. Dra. Telma revela que muitos pacientes em tratamento de tumores de cabeça e pescoço também apresentam condições prévias de saúde desfavoráveis. “Para sucesso da abordagem fisioterapêutica, conhecer as características básicas do paciente é a linha de partida para estabelecer os objetivos da recuperação”. Comunicação clara a respeito das possíveis complicações Também é papel do fisioterapeuta informar e orientar os pacientes sobre as possíveis complicações e os cuidados durante o tratamento e até mesmo após seu término. Dra. Telma recomenda que a comunicação do fisioterapeuta com o paciente e familiares seja clara, para que todos tenham o melhor entendimento sobre o papel da Fisioterapia no tratamento, com o objetivo de garantir maior aderência aos tratamentos propostos pelo fisioterapeuta, juntamente com a equipe multiprofissional. Avaliação fisioterapêutica pré e pós-operatória Nos tumores de cabeça e pescoço, a abordagem cirúrgica pode incluir o esvaziamento cervical, o que gera consequências importantes em aspectos funcionais. Dra. Telma explica que o esvaziamento cervical é o tratamento cirúrgico para ressecção de metástase linfonodal na região anterolateral do pescoço. “Este procedimento pode gerar, como consequência, linfedema no pescoço e face, fraqueza muscular, secundária à lesão nervosa, deformidade estética, assimetria facial, restrição do movimento do pescoço, do ombro (especialmente abdução) e dor.”. Nesses casos, Dra. Telma ensina que, na fase pré-operatória, cabe ao fisioterapeuta avaliar a história pregressa de problemas osteomusculares, na cervical, cintura escapular e membro superior homolateral à cirurgia. “O fisioterapeuta deve orientar o paciente sobre as complicações e sequelas derivadas do procedimento, e os benefícios da mobilização assim que possível”. Já na fase pós-operatória, após avaliação minuciosa para identificar as alterações presentes e queixas do paciente, Dra. Telma recomenda proceder com o tratamento. Procedimentos Como as consequências do procedimento cirúrgico podem se apresentar de diferentes formas, a Dra. Telma compartilha as principais abordagens, conforme cada caso: Para o linfedema: cuidados com a pele; uso de técnicas manuais, drenagem linfática manual, bandagens e exercícios para redução do volume. Para a assimetria facial: estímulo de sensibilidade; técnicas de facilitação neuromuscular, fotobiomodulação. Para disfunção do ombro: técnicas manuais, liberação miofascial, analgesia com TENS, exercícios ativos livres, ativos assistidos e fortalecimento dos músculos do ombro e escapulares, por meio de exercícios resistidos. Para o pescoço: alongamento, técnicas manuais, exercícios para ganho de amplitude de movimento e força. Para o fisioterapeuta atuando em oncologia, muitos recursos disponíveis Para um trabalho específico e direcionado, a Dra. Telma reforça que a Fisioterapia dispõe de uma gama de recursos, como técnicas manuais, mobilização articular, cinesioterapia e outras técnicas como facilitação, inibição recíproca, aplicações de bandagens e recursos físicos - com as devidas precauções e cuidados quanto às contraindicações. “Enfim, o profissional deve estar preparado para uma atuação abrangente, desde o diagnóstico e por todo seu tratamento, até a fase final de vida”, conclui Dra. Telma.