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Publicado em: 25/07/2021

“Os corpos negros eram os corpos da população vulnerabilizada, que aprendíamos a cuidar”

Reflexões da Dra. Patrícia Rocha, terapeuta ocupacional, Vice-presidente do Crefito-3

Sobre a ausência da referência de mulheres negras docentes na graduação


“Não tive em minha graduação contato com professoras negras, nem com profissionais negras. Os corpos negros eram os corpos da população atendida, dos doentes mentais, das pessoas com deficiência e da população vulnerabilizada que aprendíamos a cuidar” . 

Só mais recentemente percebo as terapeutas ocupacionais negras no cenário da prática e nas instituições de ensino”.


Sobre as barreiras sociais, replicadas na vida como graduanda


“Ser negra no Brasil é  um caminho. Sou da periferia de São Paulo e por anos, achava que minhas barreiras vinham da posição socioeconômica, da relação de ser mulher. Minha formação em uma universidade federal no interior de São Paulo me mostrou barreiras importantes, quando compreendi que era uma seleção de alunos ricos e eu não me encaixava, tendo que buscar bolsas e direitos de moradia, alimentação, e sem condições de comprar os livros caríssimos,  disputando-os na biblioteca “. 


Sobre a ausência de debates sobre a saúde da população negra na graduação


“Me formei em 2002. Não me recordo de nenhuma matéria específica sobre a saúde da população negra, mas tive contato com autoras-pesquisadoras,  terapeutas ocupacionais que pensavam a saúde da população negra , e posso reconhecer que tive uma formação bastante crítica  e fundada em uma prática que  propunha que nós prestássemos mais atenção a todos os públicos. Mas reconheço que a pauta da saúde da população negra ou a pauta antirracista não estavam nomeadas”.


Sobre a opção pelos invisíveis e o caminho sem barreiras na trajetória profissional


“Compreendo que fui construindo minha  trajetória por caminhos de cuidado com invisíveis, Não tive barreiras; minha trajetória profissional é  promissora e de sucesso. Mas  tenho hoje consciência de que fui me tornando negra brasileira, ocupando os lugares e garantindo que minha fala fosse desse lugar da negritude, da periferia, da invisibilidade que precisa ser vista” . 


Sobre a ausência das mulheres negras nas instâncias de decisão sobre a profissão


“No geral não me vejo refletida em meus pares, sou quase sempre uma das únicas, mas percebo uma leve mudança, como no próprio Crefito-3, que hoje já conta com muitas mulheres conselheiras e, no grupo de conselheiras(os) e delegadas(os), mais mulheres e homens negros. Esse lugar tem se tornado nosso.  E a meta é que seja cada vez mais”.