A Câmara Técnica de Saúde Suplementar do CREFITO-3 publicou o Parecer Técnico nº 01/2025, que responde a uma demanda da Ouvidoria sobre glosas em procedimentos fisioterapêuticos com base na justificativa de “uso específico da Fisiatria”
Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Publicado em: 08/07/2022
Pesquisas em Fisioterapia e em Terapia Ocupacional embasam crescimento das profissões
O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico é comemorado anualmente no dia 8 de julho, uma data importante para destacar a relevância das pesquisas científicas para os avanços da sociedade, a saúde e o bem-estar da população.
Segundo a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), os cientistas brasileiros atuantes no País são responsáveis por 13% de tudo o que é pesquisado no mundo. Dentre os cientistas brasileiros, os pesquisadores fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais também têm atuação destacada.
Números de trabalhos científicos na Fisioterapia
Em 13 de outubro de 1969 com o Decreto-Lei 938, a fisioterapia foi reconhecida como profissão e, desde então, vem evoluindo a prática clínica com o avanço da pesquisa científica.
“A fisioterapia é uma das áreas mais jovens da saúde, e neste sentido a produção científica tem contribuído para a evolução da profissão, promovendo meios de sustentação às intervenções praticadas na fisioterapia, sendo também a principal maneira de convencer a sociedade que seus serviços são necessários e confiáveis”, explica o Dr. Ronaldo Cruvinel, membro da Câmara Técnica de Prática Baseada em Evidências do Crefito-3, doutorando em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador no Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana (LABIMPH).
Dr. Ronaldo revela que a fisioterapia tem se consolidado como uma profissão respaldada pela ciência, e que essa constatação é demonstrada pelos bons índices que a pesquisa em fisioterapia apresenta no universo acadêmico. “Hoje, a principal base de dados de estudos científicos em fisioterapia - PEDro (Physiotherapy Evidence Based) - possui um total de 53.801 estudos publicados, sendo 41.362 ensaios clínicos, 11.737 revisões sistemáticas e 702 guidelines”.
Porém, apesar desses números bastante significativos, o Dr. Ronaldo defende que ainda se faz necessária a contínua produção científica, “principalmente de estudos de alta qualidade, para que assim a fisioterapia siga evoluindo enquanto profissão”.
Na terapia ocupacional, produções científicas são vitais para a tomada de decisão
A terapeuta ocupacional Dra. Jady Luara Verissimo, delegada do Crefito-3, mestranda pelo programa de Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora no Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana (LABIMPH), e o Dr. Cleber Henrique de Melo, conselheiro suplente e mestre em Ensino em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destacam que a Terapia Ocupacional - profissão que se preocupa em aumentar a capacidade de pessoas e/ou a comunidades em que está atuando - tem como base de atuação as evidências científicas.
“A evidência é usada na terapia ocupacional para permitir a prestação de serviços de qualidade e possibilitar estratégias de cuidado aos seus clientes/pacientes/usuários. Seja para uma adaptação individual, familiar, comunitária, social e ambiental, ou no manejo relacionado à saúde mental. As produções científicas são fontes vitais de evidência para a tomada de decisão em atendimentos terapêuticos ocupacionais”.
As pesquisas publicadas, segundo Dra. Jady e Dr. Cleber, geralmente são derivadas da experiência profissional e opinião de especialistas, e também das preferências e valores do participante do estudo. “Também são relatadas as circunstâncias e o contexto da aplicação da terapia - desta forma, são fontes confiáveis de práticas norteadoras para os demais profissionais da área”. Porém, ambos os pesquisadores destacam que compete aos terapeutas ocupacionais usarem das habilidades e conhecimentos para “distinguir se tais intervenções terapêuticas ocupacionais agregam sentido ao seu clientes/pacientes/usuários”.
Para Dra. Jady e Dr. Cleber, é importante ressaltar que é responsabilidade fundamental do terapeuta ocupacional, se “atualizar e aperfeiçoar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, capacitando-se em benefício do cliente/paciente/usuário/
Tanto a Dra. Jady como o Dr. Cleber reconhecem a contribuição dos pesquisadores terapeutas ocupacionais para a construção das bases teóricas do campo. Eles revelam gratidão pelos pesquisadores que “se envolvendo em pesquisas relevantes, desenvolvem conhecimento para informar a prestação de serviços de terapia ocupacional e evidenciam os resultados que expõe as estratégias que resultam em benefícios ou não a população. À medida que ampliamos o número de pesquisas relacionadas à atuação da terapia ocupacional, também aumentamos e melhoramos o conhecimento sobre os serviços eficazes e eficientes relacionados a nossa prática, favorecendo a disseminação da terapia ocupacional para a sociedade como uma profissão que promove a saúde e a participação”, concluem.
Fontes
Base de Dados PEDro (Physiotherapy Evidence Based)
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Public Statement - Occupational Therapy Response to the COVID-19 Pandemic.
World Federation of Occupational Therapists (WFOT).
<https://www.wfot.org/about/
Guiding principles for the use of evidence in occupational therapy.
World Federation of Occupational Therapists (WFOT).
<https://wfot.org/resources/
Resolução Coffito nº425, de 08 de Julho de 2013
<https://www.coffito.gov.br/