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Publicado em: 01/08/2022

1º de agosto - Dia Mundial da Amamentação

O leite materno é a principal fonte de nutrição dos recém-nascidos, sendo recomendado até os dois anos de vida das crianças, de acordo com a OMS.

No dia 1º de agosto, diversos países do mundo celebram o Dia Mundial da Amamentação. No Brasil, a data foi instituída pela Lei nº 13.435/2017 que determina que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno. O mês também é conhecido por Agosto Dourado e traz à reflexão a importância do aleitamento materno, alimento considerado padrão ouro de qualidade.


O leite materno é um rico alimento que fornece a quantidade de água e nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê. Contém proteínas, lipídios e carboidratos e, por conter anticorpos, protege o bebê e a criança contra doenças e infecções respiratórias. Além disso, os benefícios da amamentação incluem, ainda, a redução do risco de câncer de mama na mãe.


A Fisioterapia e a Terapia Ocupacional em Saúde da Mulher também atuam no aleitamento materno. Para falar sobre a importância e atuação da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional neste contexto, convidamos a fisioterapeuta neonatal e consultora de amamentação Dra. Camila Maza e a terapeuta ocupacional Dra. Lara de Paula Eduardo que atua no contexto prisional na assistência às mães encarceradas. 


Terapia Ocupacional


De acordo com a Dra. Lara, “o cuidado com o laço mãe-bebê é fundamental para o acompanhamento do desenvolvimento infantil e a amamentação, parte importante  desse processo. Se algo não vai bem nestes momentos iniciais, seja o vínculo, a saúde mental materna, a ausência ou precária rede de apoio, as condições de nascimento, a presença de lesões reais e/ou fantasmagóricas, todas essas camadas complexas que interferem na constituição do sujeito, torna-se indicada a presença de um profissional que acompanhe esse processo, o terapeuta ocupacional, com um olhar integrado e amplo para as questões do desenvolvimento infantil, da família, e dos contextos histórico-culturais e sociais, possui essa capacitação.”


Fisioterapia


A fisioterapeuta Dra. Camila Maza afirma que o melhor alimento para o bebê é o leite materno. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que ele seja o alimento exclusivo até os seis meses de vida do bebê e que essa oferta se prolongue pelo menos até os 2 anos de idade. No entanto, a amamentação nem sempre é um processo fácil. Além das dificuldades que podem ocorrer durante essa caminhada, existem muitos mitos e informações desatualizadas que, por vezes, estão presentes nessa prática, que é tão importante para o desenvolvimento dessa criança e para toda a sociedade. Amamentar não é algo instintivo e é preciso muito apoio para que mãe e bebê consigam aprender juntos e, assim, alcancem o seu sucesso individual na amamentação!”


No Brasil, segundo o ENANI de 2020, apenas 45% dos bebês são amamentados de forma exclusiva até o sexto mês de vida, 52% seguem com leite materno até 1 ano de idade e 35% continuam amamentados até completarem 2 anos. “Esses índices são reflexo da falta de orientação de qualidade, assim como profissionais desatualizados que atuam com esses grupos, bem como o uso indiscriminado de fórmulas como solução primária frente a qualquer dificuldade na amamentação e uma forte cultura do desmame”, diz Dra. Camila. 


A história da amamentação tem início ainda na gestação quando o corpo da mulher começa a se preparar para produzir o leite materno. Um pré-natal adequado e informações atualizadas sobre o assunto são extremamente importantes para que condutas individualizadas sejam adotadas antes mesmo do bebê nascer, e uma família bem orientada costuma se sentir mais segura e amparada. “Muitos profissionais da área da saúde atuam no atendimento especializado em aleitamento materno e um deles é o fisioterapeuta. Com olhar voltado para o bem-estar geral da mãe e do bebê, ele avalia as melhores formas de deixar o ambiente o mais ergonômico possível, o que facilita um bom posicionamento da mãe e do bebê, a maneira como o bebê vem para a mama e inicia a mamada e como isso vai se manter de forma adequada até o final dela.” 


O fisioterapeuta também pode avaliar os reflexos primitivos do recém-nascido, tensionamentos que podem ser causados por posicionamento intrauterino e parto ou outras dificuldades que podem atrapalhar o processo da amamentação. “Outras modalidades da Fisioterapia são aplicadas no atendimento especializado de aleitamento materno e pós-parto, como: osteopatia pediátrica, bandagem funcional para as mamas e pós-operatório de cesárea, laserterapia para auxiliar no processo de cicatrização mamilar, ingurgitamento mamário, acupuntura, Shantala (massagem para bebês), orientação sobre uso de sling e carregadores ergonômicos, entre tantas outras”, explica a fisioterapeuta.


Depoimento


“Passados os nove meses e a cirurgia cesariana que trouxe minha filha aos meus braços, encontrei-me em uma situação desafiadora: amamentar. Durante a gestação, li muitos relatos e depoimentos de mulheres que passaram apuros com seus filhos, enquanto outras tiveram pleno sucesso. Esperava que comigo fosse o pleno sucesso, claro. Mas não foi bem assim. Durante a internação hospitalar, tive apoio das enfermeiras que nos auxiliavam nos cuidados com a bebê. Entre uma visita ou outra no quarto para aplicar uma medicação, corrigiam minha postura, ajudavam-me com o bico, com a pega. Entretanto, neste período em que ficamos no hospital, não foi possível ir ao banco de leite da maternidade para sanar minhas dúvidas e aprender a pega correta ao vivo e a cores. 


Voltamos para a casa e o desafio começou. Minha filha tinha dificuldade em fazer a pega correta. A todo momento, o “tetê” escapava de sua boquinha e eu não entendia o que poderia estar acontecendo. Foi então que decidi chamar uma fisioterapeuta neonatal para me ajudar nesta importante etapa. Dra. Camila Maza, consultora em aleitamento materno, foi essencial para mim e para a minha bebê. Durante a visita, detectou que as mamas estavam ingurgitadas, cheias de leite e, sem o devido preparo, dificultava a pega. Com todo o apoio da fisioterapeuta e suas instruções, correção de postura e preparo das mamas, consegui, finalmente, amamentar minha filha sem os perrengues do comecinho da vida de mamãe de primeira viagem. Depois desta experiência, recomendo a todas as mamães que busquem uma fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional para ajudar neste lindo gesto de amor que é amamentar.” (Gabriela Moretto)