A Câmara Técnica de Saúde Suplementar do CREFITO-3 publicou o Parecer Técnico nº 01/2025, que responde a uma demanda da Ouvidoria sobre glosas em procedimentos fisioterapêuticos com base na justificativa de “uso específico da Fisiatria”
Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Publicado em: 10/09/2022
10 de setembro: Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio tem como objetivo colocar o tema na pauta global e regionalmente, mas também busca mostrar que ações devem ser tomadas localmente.
Neste sábado, dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (WSPD) foi criado em 2003 em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e é um evento significativo baseado em defesa e comunicação que visa alcançar organizações nacionais, governos e público em geral, compartilhando uma mensagem singular de que o suicídio pode ser prevenido. O objetivo deste dia é aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio em todo o mundo e isso inclui promover a colaboração das partes interessadas e a auto capacitação para lidar com a automutilação e o suicídio por meio de ações preventivas, o que pode ser alcançado por meio da capacitação de profissionais de saúde e outros atores relevantes, de mensagens positivas e informativas voltadas para a população em geral, grupos de risco, como jovens e facilitando a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola, no local de trabalho e outros. A Campanha 2022 da Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio deste ano traz o tema Criando esperança através da ação. “Ao incentivar a compreensão, alcançar e compartilhar experiências, queremos dar às pessoas a confiança para agir. Prevenir o suicídio requer que nos tornemos um farol de luz para aqueles que sofrem”, declara a Associação. Para falar sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, convidamos a terapeuta ocupacional Dra. Sabrina Pereira da Silva Slivinskis, que abordou a temática e a atuação da Terapia Ocupacional. “O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio. Essas ações devem ser trabalhadas longitudinalmente ao longo de todo ano, mas acabam ganhando maior destaque no mês de setembro, em especial no dia 10, por ser oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 1 a cada 100 mortes ocorre por suicídio, sendo um importante problema de saúde pública. No Brasil há, em média, um suicídio a cada 45 minutos, e, no mundo, um a cada 45 segundos, conforme dados do Centro de Valorização da Vida (CVV). Historicamente, em nossa cultura, o suicídio foi tratado como um tabu e muitas vezes provocando o medo ou receio de estimular uma pessoa sobre o pensamento suicida ao perguntar sobre o assunto, quase como uma ideia de “contágio”. Um dos objetivos da campanha é desconstruir o tabu em torno do suicídio enfatizando a importância da prevenção, assim como estimular espaços de escuta, ajudar a falar sobre o tema, fomentando conhecimento, direcionamento necessário para o cuidado e consequentemente salvando vidas. É importante trazer a reflexão de que o suicídio pode não ser a vontade de terminar com a vida, mas sim o desejo de terminar com o sofrimento. Dessa forma se o sujeito em sofrimento conta com um apoio para identificar outras possibilidades em sua vida e cuidar se sua dor pode ser uma efetiva estratégia de prevenção. Prevenção é uma palavra chave ao se tratar do suicídio. Nesse sentido, o Terapeuta Ocupacional tem um papel de extrema importância. Na maioria das vezes, o suicídio não está configurado como um ato repentino, sendo possível identificar alguns sinais e manifestações do sujeito que indicam um sofrimento importante e o impacto em sua pulsão de vida. Além do cuidado através da assistência direta, outra ação importante é instrumentalizar os laços sociais desse indivíduo para que também possam traduzir esses sinais de alerta e criar redes de apoio, fatores de proteção e planos de cuidado envolvendo todos os atores de sua esfera relacional. Muitas vezes, o sujeito em sofrimento não consegue encontrar recursos para lidar com as dificuldades e limitações presentes em sua rotina. A Terapia Ocupacional pode auxiliar esse sujeito na ressignificação de seus papéis sociais e ocupacionais, resgate de sua história e fazer cotidiano, identificação de potências, recursos e estímulos na vida que tenham sentido e significado para o indivíduo, e dessa forma, fomentar novas possibilidades além de enxergar a morte como única saída. O Terapeuta Ocupacional deve auxiliar o indivíduo a articular uma rede de cuidado que seja congruente às suas necessidades e escopo social sem julgamentos morais. Os recursos comunitários podem contar com grupos de apoio, crenças e religião, familiares, amigos, vizinhos, Centro de Valorização a Vida e etc. O atendimento pelo SUS, por exemplo, fornece atendimento gratuito na Rede de Atenção Psicossocial, nos equipamentos como Unidade Básica de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial, ambulatórios de saúde mental e Rede de Urgência e Emergência. O Terapeuta Ocupacional pode mediar o acesso dos sujeitos para questões básicas a qualidade de vida relativas à saúde geral, trabalho, sustento, moradia, educação, cultura, lazer, direitos, assistência social e etc. O Terapeuta Ocupacional deve, através do vínculo e de uma escuta qualificada, identificar, avaliar e manejar o cuidado biopsicossocial traçando junto com o indivíduo e sua família (ou rede social) um Projeto Terapêutico que respeite sua singularidade, seu protagonismo, tecendo estratégias que envolvam todas as esferas de sua vida.”