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Publicado em: 22/10/2014
Após implante de células olfativas, paraplégico recupera movimentos das pernas
O búlgaro Darek Fidyka, 38, sofreu uma agressão em 2010 e perdeu o movimento das pernas após tomar uma facada nas costas e sofrer uma lesão na medula espinhal. Dois anos após a lesão e depois de 19 meses sob um programa de reabilitação intensivo na Universidade Médica de Wróclaw, na Polônia, o paciente foi submetido a um procedimento e recuperou o tato e parte dos movimentos das pernas após receber um implante de suas próprias celulas olfativas.
O médico Pawel Tabacow liderou um estudo intitulado “Cell Transplantation” onde o procedimento foi descrito e possibilitou que a terapia experimental fosse realizada. Primeiro, Fidyka foi submetido a uma cirurgia para retirada de seu bulbo olfativo, projeção do cérebro responsável pelo processamento de odores. As células dessa estrutura foram então isoladas e cultivadas em laboratório, para depois serem implantadas no paciente.
No material de implante preparado pelos médicos havia tanto neurônios quanto glia, o tecido de suporte das células nervosas. A ideia é que os nervos danificados na medula espinhal se beneficiassem da capacidade de regeneração dos neurônios olfativos, que já era conhecida dos pesquisadores.
Em exames de imagem, os cientistas mostraram que alguns nervos danificados pela lesão no paciente voltaram a crescer, estabelecendo uma "ponte" sobre a lesão.
A recuperação de Fidyka é parcial e ainda não o permite andar sem suporte, porque menos da metade dos músculos afetados pela lesão recobrou bom nível de força. Mas ele já é capaz de dirigir.
Esse é o primeiro caso de sucesso em uma terapia usando células do nariz, de acordo com o grupo responsável pela cirurgia. Outros grupos já haviam tentado usar em implantes células da mucosa nasal, mais fácil de acessar do que o bulbo olfativo (que requer abertura do crânio), mas não tiveram sucesso. Tabacow foi o primeiro a empregar uma combinação de neurônio e glia tirados do bulbo.
Os cientistas dizem que continuarão testando a técnica, aplicando-a a cinco pacientes dentro de cinco anos. "Enquanto isso estamos pesquisando técnicas cirúrgicas para acesso minimamente invasivo ao bulbo olfativo", diz Tabacow.
Com informações
da Folha de São Paulo