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Publicado em: 14/12/2015

Casos de microcefalia remetem ao trauma da síndrome da talidomida nos anos 60

Em agosto deste ano, autoridades e médicos brasileiros se depararam com o aumento inesperado do nascimento de crianças com microcefalia, uma malformação irreversível no cérebro. Até o final de novembro, quando o Ministério da Saúde confirmou a relação entre as ocorrências e a chegada do vírus Zika ao Brasil, não se sabia ao certo a origem dos casos, pois não se encaixavam nos diagnósticos já conhecidos pela literatura médica. Perguntado sobre uma situação comparável a essa, o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gastão Wagner Campos, relembrou as deformidades causadas pela talidomida nos anos 50 e 60.

Em 1959, médicos alemães começaram a relatar o aumento da incidência de nascimento de crianças com um tipo peculiar de malformação congênita, com deformidades no esqueleto, nas pernas e ausência de alguns ossos nos braços. Dois anos depois, pediatras começaram a relacionar os casos ao uso da talidomida (substância tranquilizante e anti-inflamatória, usada para controlar enjoos durante a gravidez) por gestantes. No Brasil, pelo menos 700 pessoas nasceram com malformação genética devido ao uso da talidomida. No mundo todo, foram cerca de 10 mil casos.

 “Surgiu essa droga barata e muito efetiva, usada em larga escala pela indústria farmacêutica e começaram a nascer milhares de crianças com sequelas graves, sem braço, com deformidades. Demoraram a fazer essa relação”, lembrou Campos.

A talidomida circulou como produto livre de efeitos adversos no Brasil até 1962, quando foi banida no país. O remédio voltou a circular no país em 1966, quando começou a nascer a chamada “segunda geração talidomida”. Em 2006, ainda houve registro de uma gestante que teve filhas gêmeas com deformidades, depois de ter tomado o medicamento da mãe, sem indicação médica.

Atualmente, a prescrição de medicamentos à base de talidomida deve ser feita com receita específica e mediante assinatura de termo de responsabilidade e esclarecimento. O remédio é usado para tratamento de hanseníase, de lupus e da aids. “Não era um vírus, mas assim como a talidomida, a situação com a microcefalia também é inesperada e exige muita pesquisa e ação intensa do governo”, ressaltou Campos. 

Até o dia 5 deste mês, 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileiros. Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde. Até o momento, de acordo com o novo balanço, 14 unidades federativas registram casos suspeitos da malformação, que, na maior parte dos casos, causa comprometimento intelectual, que pode vir acompanhado de surdez, cegueira, entre outras alterações no organismo.

Com informações da Agência Brasil