Aprovação de projeto de lei coloca em destaque a importância da abordagem interdisciplinar no enfrentamento da seletividade alimentar de crianças diagnosticadas com TEA.
Reconhecimento da especialidade pelo COFFITO ocorreu em 13 de junho de 2008
Matéria destaca o processo de recuperação do ex-zagueiro Lúcio, que sofreu queimaduras em 18% do corpo após um acidente doméstico.
Iniciativa marca articulação bem sucedida entre os Conselhos Regionais das profissões da área da saúde e o Poder Legislativo da Capital
Publicado em: 11/04/2016
Cerca de 30% dos jovens consomem doces em excesso
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que o consumo de alimentos ricos em açúcar é alto entre os brasileiros. Diabetes avança no país, mas expansão da assistência reduz complicações
Pesquisa do
Ministério da Saúde aponta que um em cada cinco brasileiros consome doces em
excesso, cinco vezes ou mais na semana. O índice é ainda maior entre os jovens:
28,5% da população de 18 a 24 anos possui alimentação com excesso de açúcar.
Nessa faixa etária, 30% também costuma beber refrigerantes diariamente. Esses
hábitos preocupam diante do avanço de doenças crônicas no país, em especial o
diabetes. A doença atinge atualmente 7,4% da população adulta do país, acima
dos 5,5% registrados em 2006.
Os dados são
da pesquisa Vigitel 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), lançado pelo Ministério da Saúde
nesta quinta-feira (7), Dia Mundial da Saúde. O estudo monitora fatores de
risco para doenças crônicas, atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no
país. Foram entrevistados por telefone 54 mil adultos (18 anos ou mais) que
vivem nas capitais brasileiras.
O diabetes é
mais frequente nas mulheres (7,8%) que nos homens (6,9%) e se torna mais comum
com o avanço da idade. Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior
índice (8,8%), seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas
(3,9%) apresenta o menor percentual de população adulta com diagnóstico de
diabetes, junto com São Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%).
“O crescimento
do diabetes é uma tendência mundial, devido ao processo de envelhecimento da
população, sendo diretamente ligado as mudanças dos hábitos alimentares e à
prática de atividade física. A obesidade é um dos principais fatores de risco e
precisamos conscientizar e educar cada vez mais nossas crianças e jovens para o
cuidado precoce da saúde, evitando o adoecimento”, destaca o ministro da Saúde,
Marcelo Castro. “O Ministério da Saúde tem atuado na promoção de hábitos
saudáveis e alcançado resultados importantes no acesso a diagnóstico,
assistência e tratamento, fundamentais para conter o avanço da doença e reduzir
as complicações. Sem dúvida, essa é uma conquista do SUS”, reitera.
Apesar do
avanço do diabetes no país, o número de internações devido a complicações da
doença reduziu 11,5% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações
por 100 mil habitantes contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado,
foram registradas 137,4 mil internações por agravos da doença no SUS, a um
custo de R$ 92 milhões. Esse é resultado de políticas voltadas à melhoria do
atendimento na Atenção Básica e expansão do acesso à medicamentos.
A mortalidade
prematura (pessoas com menos de 70 anos) também caiu entre 2000 e 2013,
acompanhando a tendência em relação ao óbito por Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT) nessa faixa etária que reduziu 2,5% ao ano no período.
Esse índice está acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que era de
queda de 2% ao ano. Mas ainda é alto o número de pessoas que morrem por causa
do diabetes no Brasil, foram registradas 58.017 óbitos em 2013.
MANUAL DO PÉ DIABÉTICO
A
complicação mais frequente da doença, o chamado “pé diabético”, ocorre quando
uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve feridas. Cerca de 20% das
internações por diabetes deve-se a lesões nos membros inferiores e 85% das
amputações não traumáticas são precedidas de feridas. Para reduzir esses
índices, o Ministério da Saúde lança o Manual do Pé Diabético para orientar
profissionais de saúde na assistência ao paciente.
Cuidados
simples, como a procura diária nos pés de feridas, bolhas ou áreas
avermelhadas, bem como observar a presença de dormência e até mesmo orientações
quanto ao tipo de sapato utilizar, são importantes no diagnóstico e assistência
adequada e podem evitar uma futura complicação ou mesmo a amputação. Essas e
outras medidas estão presentes no documento que será disponibilizado para as
equipes de Atenção Básica e de outras unidades de saúde.
O Ministério
da Saúde tem investido em políticas de promoção da saúde e redução de agravos
por doenças crônicas. As mais de 40 mil equipes de Saúde da Família cobrem
atualmente mais de 60% do território brasileiro. As equipes contam com o apoio
de profissionais, como nutricionistas, fisioterapeutas e de educação física que
ficam nos mais de 4.000 Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Também são
realizadas ações de promoção à saúde com mais de 18 milhões de alunos do ensino
fundamental por meio do Programa Saúde na Escola. Pela atenção básica é
possível resolver até 80% dos problemas de saúde.
Sobre o
incentivo a prática de atividade física destaca-se o Programa Academia da
Saúde, que já conta com 1.568 polos com equipamentos e profissionais
qualificados. Além disso, o novo Guia Alimentar para a População Brasileira e
o livro Alimentos Regionais Brasileiros do Ministério da Saúde
orientam as famílias a optarem por refeições caseiras e evitarem a
alimentação fast food.
Segundo dados
do Vigitel, 87,2% da população com diabetes utiliza medicamento para controle da
doença. O SUS oferece gratuitamente tratamento como insulinas e medicamentos,
além de reagentes e seringas que ajudam no monitoramento do índice glicêmico do
paciente. Esses produtos estão disponíveis nas unidades de saúde ou por meio do
Aqui Tem Farmácia Popular, que está presente em mais de 4 mi municípios. Por
meio deste programa, no ano passado, mais de 6,2 milhões de pacientes buscaram
medicamentos gratuitos para diabetes. Esse número é mais que o dobro do total
beneficiado em 2011 (2,6 milhões).
Essas e
outras ações integram o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, que tem como meta
deter o crescimento da diabetes e outros fatores de riscos, bem como incentivar
a adoção de hábitos saudáveis entre a população.